domingo, 9 de janeiro de 2011

ACREscentando

     Aos leitores que aqui acompanharam o post ACREditar o qual falei sobre a banda riobranquense Caldo de Piaba, podem pensar que o Acre seria uma fixação oculta no recôndito inconsciente desse que vos escreve. Fato é que ao acaso, garimpando por sons que aprazem essas inquietas orelhas (e o que está entre elas) deparei-me com Los Porongas. O nome a princípio me pareceu engraçado (algumas classes de humor estão intimamente relacionadas ao que ignoramos), porém trata-se de uma banda séria.
     Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a banda é... sim riobranquense, acreana. O que me saltou aos olhos, e aos ouvidos, foram as letras de um cuidado e propriedades que merecem atenção.
Aliás é pesaroso a atenção que nos é imposta (pela mídia dominatrix) de um esvaziamento conteudístico de bandas... bom esse é um assunto desgastado e conhecido, então saltemos.
     Evidentemente não são só as letras que fazem o deleite de Los Porongas, a banda tem uma composição básica: batera, baixo, guitarra e vocal que se complementam numa junção buscando recriar as próprias influências, que ao aparente não são poucas. O estilo? Bem, é sempre mais sapiente deixar que as coisas definam-se por si, então recorto e transcrevo trecho de uma entrevista em vídeo (curta por sinal – pode ser vista clicando aqui) da banda no programa metrópolis – TV Cultura:

Entrevistador – Vocês fazem um som Indie-rock, é isso?
Diogo Soares (vocal) – Não... cara, a gente faz rock amazônico (risos), a gente já tentou definir tanto esteticamente que resolvemos partir para o critério geográfico...

     A banda iniciou-se da parceria de Diogo Soares (vocal) e João Eduardo (guitarra) no festival universitário da Universidade Federal do Acre em 2002, se uniram a Márcio Magrão (baixo) e Jorge Anzol (batera) em 2003. Vale citar que os caras organizaram no final de 2004 o Guerrilha Rock Festival, que reuniu grande número de bandas do Acre e Rondônia, em 2005 juntamente com o selo Catraia Records estiveram a frente do Festival Varadouro, atitudes que sem dúvida contribuem para fomentar o circuito Norte e abrir espaço a uma diversidade de bandas “escondidas” do grande público (ou seria o público escondido dessas grandes bandas?).
     A origem do nome provém de Poronga, uma espécie de luminária que o seringueiro usa na cabeça (foto abaixo) para iluminar o caminho noturno enquanto sai para cortar seringa. “Los”, segundo Diogo, entrou no nome para enriquecê-lo foneticamente e fazer referência ao local de origem o qual faz fronteira com dois países (Bolívia e Peru).



     No site (link) é possível baixar os singles “Silêncio” e “Sangue Novo” , conferir agenda e os canais da banda no Facebook, twitter, blog, youtube, myspace...
     Abaixo segue vídeo de “Nada Além” no Poploaded do IG: